Trabalho

São oferecidos diversos programas de trabalho e estágio no exterior, remunerados e não remunerados, além de programas de voluntariado. O trabalho pode ou não ser realizado com algum curso, dependendo da legislação e das regras de cada país. Alguns requisitos são avaliados como: nível de conhecimento do idioma do país em questão, formação acadêmica e idade. Em outros casos o tempo de realização do curso e a carga horária do mesmo também são requisitos para se trabalhar legalmente. Os requisitos dependerão sempre do país e do tipo de programa escolhido.

Existem diversos programas de trabalho remunerado para estudantes no exterior. A maioria deles são vinculados a programas de estudo, ou seja, com o visto de estudante pode-se trabalhar legalmente. Também existem oportunidades de estágio remunerado em alguns países. Tanto os programas de trabalho com o visto de estudante como os estágios remunerados são oferecidos em países específicos. Não são todos os países que permitem trabalho legalizado para estudante, tão pouco que ofereçam estágios remunerados. As principais oportunidades para ambos os programas são na Austrália, Canadá, Nova Zelândia, África do Sul, Argentina e Chile.

O estudante deve estar matriculado em algum curso para poder trabalhar legalmente. As condições do curso vão variar de acordo com o país. A mesma escola que o estudante estudará é responsável por organizar o trabalho. Para isso, é necessário que o estudante tenha um nível intermediário do idioma. Os trabalho são todos na indústria da hospitalidade, formado por hotéis, cafés e restaurantes. A escola organiza entrevistas de trabalho para os estudantes e os prepara para as entrevistas e para o mercado de trabalho. São preparações e dicas importantes que podem ajudar como, postura, vocabulários e expressões adequadas. As escolas possuem parceria com agências de emprego que garantem os trabalhos. O estudante trabalha em média 20 horas por semana. 

O salário recebido é suficiente para arcar com as despesas pessoais como alimentação, transporte e acomodação. O nível intermediário do idioma é essencial, mas outras habilidades na área de hospitalidade também ajudam, como: cursos de gastronomia, barman, barista, sushiman, hanilidades como garçon, entre outros. Quanto melhor o nível de idioma e de habilidades, melhor o nível dos trabalhos. Porém, vale ressaltar, que existem oportunidades para todos, mesmo para quem não fala nada do idioma ou tem nível básico.

O estudante se matricula em um curso e consegue uma permissão para trabalho. O curso também deve seguir alguns critérios de acordo com o país escolhido. Nesse caso, o próprio estudante arranja o trabalho no exterior. A permissão para trabalho é de 20 a 24 horas por semana durante o período dos estudos e tempo integral ou full time nas férias escolares. Nesse formato, o estudante não precisa necessariamente trabalhar na área da hospitalidade. Ele está aberto a procurar oportunidades em outras áreas, incluindo sua própria área de atuação. Por razões evidentes,  para atuar em sua área, é essencial que o estudante tenha nível intermediário/avançado do idioma. Aqueles que tem inglês básico, acabam trabalhando na indústria da hospitalidade que é a indústria que mais aceita estudantes que estejam aprendendo o idioma. O salário é calculado por hora de trabalho. Os valores recebidos são suficiente para se manter no país, considerando custos básicos com alimentação, transporte e acomodação.

Nessa opção não há a necessidade do candidato estar matriculado em nenhum curso. Tratam-se apenas de programas de trabalho, conhecidos como Work and Travel. Esse programa é oferecidos por meio de um visto especícifo para Work and Holiday. Em alguns paíse os trabalhos são todos do turismo e da hospitalidade, e em outros não há restrição do tipo de trabalho, pode-se trabalhar em qualquer área. Outros locais de trabalho são hotéis, cassinos e estações de esqui. A carga horária permitida de trabalho varia de acordo com o país. Para esse tipo de programa existe uma restrição de idade, geralmente de 18 a 30 anos de idade.

Existem oportunidades de estágios em diferentes países. Cada país ou instituição tem suas particularidades na organização dos programas. No entanto, de modo geral, os estágios são sempre combinados com algum curso de idioma. A duração mínima do programa é de 1 mês, podendo variar de acordo com o país. O curso é realizado em paralelo ou antes do programa de estágio. As áreas são as mais variadas possíveis: marketing, administração, finanças, engenharias, jornalismo, informática, esportes, arquitetura, comunicação, biologia, entre outras. A maioria dos programas de estágio não são remunerados, porém também existem opções de programas remunerados. Em alguns casos a remuneração dependerá do nível de idioma e experiência dos candidatos. Para realizar o estágio é necessário ter nível intermediário/avançado do idioma e ser estudante da área.

Os programas de estágio no exterior são excelentes opções para quem busca uma experiência internacional. Algumas das vantagens são: tornar seu CV internacional; ganhar experiência com profissionais internacionais; ter referência de uma organização internacional; se diferenciar no mercado de trabalho; vivenciar uma cultura e um idioma diferente; criar relações de trabalho (networking); revelar seu potencial e talento; e fazer amigos do mundo inteiro.

Segue relação dos principais países que permitem trabalho legalizado para estudantes de idioma e de outros tipos de curso, assim como um breve descritivo de cada legislação e suas regras.

Alemanha

Na Alemanha, estudantes de cursos superiores, podem trabalhar legalmente 20 horas semanais. Estudantes de curso de idioma não podem trabalhar, exceto aqueles que possuem passaporte europeu. É permitido a realização de programas de estágios não remunerados em diversas áreas no país.

Austrália

Estudantes matriculados em qualquer tipo de curso em período integral, com duração mínima de 12 semanas, podem trabalhar legalmente no país. O trabalho é permitido por 24 horas semanais. Durante as férias escolares pode-se trabalhar full time ou em período integral. Outra opção de trabalho são os programas de work and travel, que tem limite de idade de até 30 anos, e pode-se trabalhar legalmente full time. Esse programa é limitado a uma certa quantidade definida anualmente.

Argentina

Estudantes podem realizar programas de estágio remunerado nas mais diversas áreas. Os programas têm duração de 3 a 6 meses e podem ser feitos nas cidades de Buenos Aires e Córdoba. É recomendado a realização de um curso de espanhol, antes do estágio, por pelo menos 1 mês de duração. Também existem opções de programas de voluntariado e estágios não-remunerados.

Canadá

Estudante matriculados em programas de cursos de idioma, cursos técnicos, graduação, pós-graduação, mestrados e doutorados podem trabalhar legalmente 20 horas semanais durante o período dos estudos e full time, sem limite de horas, no período das férias. Algumas particularidades existem dependendo do tipo de curso. Os estudantes de curso de idioma tem permissão para trabalhar somente após a realização do curso. A regra desse programa permite o trabalho exatamente para o mesmo período dos estudos, ex: em um programa de 6 meses, os 3 primeiros meses são para o curso e os 3 meses seguintes para o trabalho. Em 8 meses de programa, 4 meses de estudo e em seguida 4 meses de trabalho e assim sucessivamente. A duração mínima desse programa é de 6 meses. O Canadá também oferece programas de estágios remunerados e não-remunerados. A realização do curso de idioma antes do estágio, pelo mesmo período, também é compulsório. A duração mínima dos estágios e de 8 semanas.

Chile

A regra é exatamente a mesma em relação a Argentina. Estudantes podem fazer programas de estágio remunerado nas mais diversas áreas. Os programas têm duração de 3 a 6 meses, e podem ser feitos na cidade de Santiago. É recomendado a realização de um curso de espanhol, antes do estágio, por pelo menos 1 mês de duração. Também existem opções de programas de voluntariado e estágios não-remunerados.

Costa Rica

A regra também é a mesma em relação a Argentina e Chile. Estudantes podem fazer programas de estágio remunerado nas mais diversas áreas. Os programas têm duração de 3 a 6 meses, e podem ser feitos nas cidades de Heredia e San José. É recomendado a realização de um curso de espanhol, antes do estágio, por pelo menos 1 mês de duração. Também existem opções de programas de voluntariado e estágios não-remunerados.

Estados Unidos

Nos EUA, apenas estudantes matriculados em programas de cursos superiores com duração mínima de 9 meses podem trabalhar legalmente 20 horas semanais. O trabalho só é permitido dentro do campus da instituição onde o candidato estiver estudando. Também é necessário uma autorização da instituição de ensino. O trabalho não pode interferir no horário integral dos estudos. Para o trabalho fora do campus é preciso uma autorização especial do governo. 

França

Para trabalhar legalmente na França é necessário estar matriculado em um curso de nível superior com duração mínima de 6 meses. A permissão para o trabalho é de 20 horas por semana durante o período dos estudos. Nas férias o trabalho é permitido em período integral, até 40 horas por semana. O estudante estrangeiro deve solicitar uma autorização de trabalho junto ao Ministério do Trabalho da França (Ministère Français du Travail). O nível de emprego, logo a remuneração, varia de acordo como nível de conhecimento do idioma.

Inglaterra

Na Inglaterra somente estudantes matriculados em cursos de Graduação e Pós podem trabalhar legalmente. O trabalho permitido é de 20 horas por semana durante o curso e em tempo integral durante as férias. Para trabalhar é necessário possuir um Número do Seguro Nacional (NINo), para adquirir é necessário se inscrever no site do governo do Reino Unido ou em um escritório local do Jobcentre Plus.

Irlanda

Estudantes matriculados em cursos de idioma, cursos técnicos, graduação ou pós podem trabalhar legalmente no país. Para estudantes de curso de idioma a regra é que o curso tenha uma duração mínima de 25 semanas. O programa mais comum para estudantes é o de 8 meses de duração, sendo 6 meses de curso e 2 meses de férias. O visto que permite o trabalho legalizado é chamado de Stamp 2. O estudante pode trabalhar 20 horas semanais durante o período do curso e em período integral durante os 2 meses seguintes de férias.

Japão

Após 6 meses estudando no país, estudantes estrangeiros podem solicitar uma permissão para trabalho, desde que ainda estejam matriculados em algum curso. Essa regra serve para todos os tipos de curso.

Nova Zelândia

Estudantes matriculados em cursos de idioma com duração mínima de 6 meses podem trabalhar no país 20 horas por semana durante o período do curso e em período integral nas férias. Estudantes matriculados em cursos técnicos, Graduação e Pós também tem direito a trabalhar nas mesmas condições. Outro programa de trabalho na Nova Zelândia é o Work and Holiday. Nesse programa o candidato não precisa estudar. Ele adquiri um visto chamado Work and Holiday que permite o trabalho no país pelo período de até 1 ano. A regra principal do programa é que o candidato não pode trabalhar no mesmo emprego por mais de 3 meses consecutivos. Os pré-requisitos do programa são: ter entre 18 e 30 anos de idade; apresentar comprovante de disponibilidade financeira para a viagem ter passagem de retorno; cumprir os requisitos de saúde; e não ter feito esse programa antes.

As condições de trabalho descritas em cada país podem mudar de acordo com a nacionalidade ou passaporte do estudante, e de acordo com alterações na legislação de cada país.

A maioria dos estudantes que vão para países onde o trabalho é legalizado trabalham durante o período dos estudos. Geralmente, os trabalhos são na indústria da hospitalidade, incluindo restaurantes, hotéis e cafés. Isso porque essa é a indústria que aceita estudantes com nível limitado do idioma, que estejam no país justamente para aprender a língua. O nível de trabalho é proporcional ao nível de idioma do estudante, no entanto existem opções de trabalho para todos, até para quem não fala nada do idioma. Estes trabalharão em locais que não haja a necessidade de ter contato com o público.

Obviamente que as remunerações recebidas pelos estudantes sempre variam de acordo com o países, porém, em todos os países os valores das remunerações são calculadas por hora de trabalho. A base de cálculo que os países em geral adotam, tanto para o valor da remuneração por hora trabalhada, quanto a quantidade de horas de trabalho permitida é para que o estudante consiga se manter no país e custear suas despesas pessoasi com acomodação, alimentação e transporte, e assim viabilizar os programas de intercâmbio de um modo geral. Ou seja o estudante investe com recursos próprio no pagamento do programa de estudos, seja qual for, curso de idioma, cursos técnicos, graduações ou especializações, e consegue se sustentar no país trabalhando.

Existem algumas maneiras de procurar trabalho nos países que permitem trabalho legalizado para estudantes. Todos esses países são repletos de oportunidades e certamente se o estudante tiver disciplina e perseverança na busca por trabalho, logo encontrará. O prazo normal para que isso ocorra varia de uma semana a um mês. Tudo depende da necessidade e da força de vontade de cada um. 

Segue abaixo algumas dicas de como conseguir trabalho no exterior:

  • Indicação de estudantes que já estejam no exterior

Ao iniciar o curso ou mesmo antes disso, o estudante começará a interagir e a fazer amizades com estudantes de diversas nacionalidades. São estudantes que já estão no país de destino há mais tempo, dois, três, seis meses, com o mesmo propósito, ou seja, estudando e conciliando os estudos com atividades de lazer e trabalho. É comum que esses estudantes indiquem oportunidades de trabalho para aqueles que estejam chegando, que podem ser tanto no próprio local de trabalho deles, quanto em outros locais que eles venham a saber. Como é normal a ida e a vinda constante de novos estudantes, oportunidades sempre surgem para aqueles que chegam substituírem aqueles que estão voltando para casa.

  • Agências de emprego 

Existem diversas agências de emprego no exterior especializada em trabalho para estudantes. É recomendado que se visite essas agências e que o estudante deixe seu currículo. As agências costumam conseguir várias oportunidades de empregos temporários e outros considerados fixos. Recomenda-se fazer uma busca na internet de agências específicas no país e na cidade que o estudante estiver. A escola também pode indicar algumas dessas agências.

  • Através da escola

Outra opção comum para estudantes trabalharem no exterior é por meio do suporte da própria escola ou instituição que o estudante estiver matriculado. Geralmente, as escolas oferecem vários tipos de suporte para seus estudantes, um deles é em relação a como conseguir trabalho. A eficiência e o tipo desse suporte varia de acordo com a escola, mas de modo geral, todas oferecem serviços de preparação para o trabalho, em alguns casos já até conseguindo o trabalho em si. As escolas dão dicas de como se portar em entrevistas de trabalho, ajudam a elaborar o currículo do estudante, e em algumas situações também conseguem entrevistas de trabalho para os estudantes. Algumas escolas também oferecem cursos do próprio idioma voltado para situações específicas do trabalho, e cursos de capacitação profissional para a as oportunidades mais comuns para os estudantes, como: cursos de barista, barman, garçom, entre outros, capacitando e qualificando o estudante. As escola podem cobrar por alguns serviços e outros serem cortesias, varia de acordo com a política de cada instituição.

  • Distribuindo currículos

A última e uma das mais eficientes maneiras de conseguir trabalho é distribuindo currículos de porta em porta. Nesse formato, recomendamos que sejam impressos de 10 a 30 currículos, dependendo da força de vontade de cada um. Os currículos podem ser distribuídos ao longo de uma semana, traçando uma estratégia de como fazê-lo de acordo com o(s) bairro(s) que o estudante deseje trabalhar, mas focando principalmente em cafés, restaurantes e hotéis. Recomenda-se vestir uma roupa toda preta, pois esse costuma ser o traje da indústria da hospitalidade, que geralmente emprega os estudantes. É uma roupa preta básica, calça, camisa ou vestido, de preferência muito bem apresentado, para passar uma boa impressão. Outros caprichos básicos com a aparência são recomendados como: cabelo, maquiagem, algo mais leve, mas sempre visando a boa aparência. Por fim, também recomendamos que o estudante memorize algumas frases ao deixar o currículo. Frases se apresentando, falando qual o seu objetivo no país e mostrando interesse e vontade em trabalhar, é sempre melhor pedir para falar com o gerente.

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